Perseguições

Dou por mim a pensar, enumeras vezes, naquele tópico que um dia vi num blog. Penso nele varias vezes, quase todos os dias penso naquilo, nunca tive coragem de ler o texto, não sei porque, talvez porque só o titulo me assuste, quando vi, disse logo para mim, “grande verdade”, só que senti medo em mim em saber qual era essa mesma verdade. Aliás, no fundo de tudo eu devo saber, porque já a senti, mas não a quero voltar a sentir.
A expressão era muito naturalista, “Se ao menos não voltasse a tremer”, mas apenas aquele título é o princípio de uma imaginação alargada.
Apenas por saber o que ali quer dizer, o que aquilo significa. Na vida, temos altos e baixos, complicações e problemas, momentos de felicidade e alegria, mas apenas queremos o bom, o lado positivo, e os problemas e confusões, dispensamos. Só que, infelizmente, eles não nos largam, e quando nos deparamos com algo novo, um problema bastante grave, trememos, isso é a pura verdade.
Temos medo das coisas, e medo de nos podermos magoar. É difícil saber isso, e mais ainda, saber que temos de resolver sem saber como.
Faz abalar por dentro, faz tremer certamente a nossa pessoa. Aquele alguém, que todos conhecem como bom rapaz cheio de capacidade de controlar o mundo de resolver tudo, também treme, ele e todos os que sentem, todos os que se apaixonam e não só.
Passamos uma vida inteira a tremer, por medo, por receio, por nos custar suportar a dor.
Medo de perder os filhos, de perder família, medo de perder amigos, receio de ser considerado quem nunca se foi, considerado algo que não o é.
Receio que tudo em nós se pode desmoronar, que tudo em nós se pode perder na margem de um rio, percorrendo até a foz, onde não restará nada, nem vestígios nem memorias daquilo que fomos.
Se ao menos não voltasse a tremer, seria o mesmo que, felizes para sempre, sem mais problemas. Seria a batalha vencida e o mundo ultrapassado. Mas isso, jamais será possível.
È isto que nos espera o futuro, é isto que vamos ter de suportar a vida inteira.