Fazes-me rir

Fecho a porta cautelosamente, e volto a respirar o ar puro desta cidade, olho em frente e vejo o longo caminho pela frente.
Começo a caminhar, vendo sempre coisas diferentes, acredito que sejam as mesmas pessoas, as mesmas caras, os mesmos sítios, mas sinto que algo está diferente. Serei eu?
Será que algo está mudado mesmo?
Acredito que sim, que tudo mudou até eu, sigo contente, feliz porque não consigo esquecer as palavras que ela me disse, quem diria que a pessoa que eu sabia que me levava como um ídolo e gostava da maneira como vivo, se iria tornar alguém conselheiro para mim. Precisei de ajuda e ela deu-me, e essas palavras rolam pela cabeça.
Sigo a rua e movimento, gente, lojas, arvores, tanta coisa para me perder, passo por caras de belas adormecidas, donzelas com a sua expressão variada, umas um pouco triste, outras revoltadas, ou então pensativas, também alegres, e contudo, uma simples e normal expressão de nada transparente.
Passo e olhos fixamente os olhos, e sempre que o faço num fracção de reacções todas aquelas palavras percorrem a minha cabeça, e após passar pela pessoa, uma vontade de rir e sorrir. Sinto-me feliz.
Pergunto-me se alguém reparou no meu motivo para olhar, de certeza que não, ninguém é capaz de ler o meu pensamento, mas lembrar-me sempre daquilo, é muito cómico.
Passo por uma montra, vejo o meu reflexo, inacreditável, eu ainda estou a sorrir, ainda me rio daquilo, como pode, olhar para os outro a rir, parece que me saiu o Euromilhões, não da para parar.
Regresso a casa, e ainda me estou a recordar aquilo tudo, cada vez com mais vontade de rir.
Gosto do sorriso e de rir, agradeço isso a ela.